DR. CRISTIANO HANSEN

 

MÉDICO ESPECIALISTA EM MEDICINA INTERNA E ONCOLOGIA CLÍNICA EM BLUMENAU, SANTA CATARINA, BRASIL

 

Internal medicine and Medical Oncology (ESMO Member)

Facharzt für Innere Medizin und Onkologie

Médecine Interne et Oncologie

طبيب في بلوميناو

 

Apt to assist travellers from all over the world, with different levels of language proficiency in english, german, french, spanish and arabic.

 

 

 

O que significa Medicina Interna e qual sua relação com a Oncologia Clínica?

 

É área de especialidade médica, e preserva sua raíz linguística em diferentes idiomas (em alemão, Innere Medizin, Internal Medicine é o que se adota em países de lingua inglesa, Medicina Interna, em espanhol e português, é Médecine Interne em francês, etc). Etimologicamente, resgata o conceito de "medicina dos órgãos internos" e ao médico internista cabe uma prática integral, sem fragmentar o cuidado de acordo com determinado órgão.

A Oncologia Clínica (Cancerologia) é uma subespecialidade dentro da Medicina Interna. Como as neoplasias malignas podem acometer qualquer órgão, é importante que o  oncologista tenha uma boa formação em Medicina Interna, de modo a prover o melhor cuidado a seus pacientes.

 

 

O que significa imunoterapia para o câncer?

 

Em resumo, o que se convencionou chamar imunoterapia consiste na estimulação do sistema imune no sentido de reconhecer as células neoplásicas instaladas no organismo, de modo a permitir a sua erradicação. Constitui uma abordagem adicional no tratamento de diversos tipos de câncer, usada sobretudo no cenário de doença avançada, com uma crescente incorporação de seu uso no cenário de tratamento adjuvante de alguns tumores. O estado atual do conhecimento científico nesta área exige engajamento sempre renovado dos pesquisadores num esforço diuturno que permita um melhor entendimento da interação entre o sistema de defesa humano e as células tumorais.

 

Sugestão de leitura:

Farkona et al. Cancer immunotherapy: the beginning of the end of cancer? BMC Medicine. 2016;14:73.

 

Origens da Oncologia Clínica (Cancerologia):

 

O termo "Cancerologia" é uma composição dos termos gregos καρκίνος (no latim, karkinos)e λογία (logia), querendo significar o "estudo dos carcinomas" e também ὄγκος (no latim, onkos), que significa tumor.

Remonta à palavra grega câncer (caranguejo) e sua introdução é atribuída a Hipócrates de Cós, "Pai de Medicina", para descrever os tumores malignos, que se infiltram nos tecidos como as garras de um caranguejo. Como especialidade médica, a Oncologia Clínica foi oficialmente criada nos Estados Unidos em 1972.

Após a I Guerra Mundial, com o advento da Guerra Química e a utilização do gás mostarda, o estudo dos seus efeitos inibitórios sobre a proliferação das células sanguíneas na medula óssea permitiu a condução de diversos experimentos clínicos, que demonstraram finalmente a possível aplicação desses agentes no combate ao câncer. Em 1946, Louis Goodman e colaboradores publicaram os resultados de seu trabalho com o uso de derivados de gás mostarda no tratamento de linfomas, leucemias e outros tumores, iniciando a Era da Quimioterapia.

Em 1956, foi descrita a primeira cura de um tumor sólido, com o uso de methotrexate (um antagonista de folato) num caso de coriocarcinoma uterino.

Após o advento da quimioterapia, havia uma necessidade premente de formação de médicos especializados no tratamento não-cirúrgico (ou clínico) dos tumores malignos, além do acompanhamento desses pacientes e suporte em relação aos efeitos colaterais da terapia.

 

Papel como médico:

Aliar assistência, ensino e pesquisa com educação permanente, inovação e resgate da tradição médica, no intuito de impactar positivamente a vida de cada pessoa enferma e da sociedade.

 

Valores:

Ciência e humanismo.

Ética.

Reflexão e atitude: Cogitare ante agens

Engajamento profissional e comunitário.

 

Novo projeto: revisar a literatura científica e analisar estudos anteriores que procuraram avaliar associação entre suplementação com vitamina B12 e risco aumentado de diversos tumores malignos.

Relevância: é disseminado entre a comunidade hábito de suplementar com vitaminas do grupo B (B12 e B9, dentre outras) seja por auto-medicação ou por indicação equivocada de pseudoprofissionais de saúde e estudos que remetem há mais de trinta anos indicam possível associação entre esse consumo e risco aumentado de tumores malignos. 

Falácia argumentativa dos pseudoprofissionais: que mal pode haver, se se trata apenas de vitaminas? Para que se basear em índices de normalidade, quando se pode estar acima da mera normalidade laboratorial?

Argumento: no mundo científico, é preciso haver evidência clara de que determinada intervenção é capaz de melhorar o desfecho pretendido e, ao mesmo tempo, por quanto tempo é segura sua utilização. Não se pode argumentar que o uso de antibiótico, por exemplo, estando indicado para debelar infecções, poderia ser mantido pela vida inteira do indivíduo para prevení-las. No caso do uso de suplementos vitamínicos, sobretudo B12 e B9, sabe-se que funcionam como estímulo ao crescimento celular e, no processo inicial da tumorigênese, uma vez havendo mutação que promova o clone celular tumoral, estímulos diversos ao crescimento celular podem contribuir para sua progressão.

 

 

New project: review the scientific literature and analyze previous studies that sought to evaluate the association between vitamin B12 supplementation and an increased risk of various malignant tumors.

Relevance: There is a widespread habit among the community of supplementing with B vitamins (B12 and B9, among others), whether through self-medication or misguided recommendations from pseudo-health professionals. Studies dating back over thirty years indicate a possible association between this consumption and an increased risk of malignant tumors.

Pseudo-professionals' argumentative fallacy: what harm can there be if it's just vitamins? Why rely on normal values ​​when you can exceed mere laboratory normality?

Argument: In the scientific world, there must be clear evidence that a given intervention can improve the intended outcome and, at the same time, how long its use is safe. It cannot be argued that antibiotic use, for example, while indicated to combat infections, could be maintained for an individual's entire life to prevent them. In the case of vitamin supplements, especially B12 and B9, they are known to stimulate cell growth. In the initial process of tumorigenesis, once a mutation occurs that promotes the tumor cell clone, various stimuli to cell growth can contribute to its progression.